Quando o Alckmin me vendeu pros ingleses
Essa história de campanha eleitoral me fez lembrar de uma história que aconteceu comigo no final da década de noventa.
Eu trabalhava num estatal em São Paulo, quando o Alckmin assumiu o governo com a morte do Mário Covas. Não me lembro bem a seqüência dos fatos, mas o que é certo é que praticamente todo aquele governo Covas foi feito pelo Alckmin, já que o titular estava bem debilitado.
Certo, retomando. A moda socialdemocrataneoliberal daquele momento era vender o que tivesse disponível. Foram as teles, todas as empresas de energia, numa delas eu me encontrava.
A companhia de gás foi vendida em parte para um grupo inglês, que imediamente assumiu a direção da empresa, mandando uma horda de britânicos para ocuparem suas salas pelo prédio onde eu trabalhava.
Naquele tempo, eu senti que vivíamos uma nova descoberta do Brasil, em que os estrangeiros tomavam posse de nossas matérias primas e nos faziam trabalhar para eles em troca de espelhinhos.
O exagero está só no fato de que eu nunca ganhei nenhum espelhinho, mas não foram poucas as vezes que eu peguei aqueles “lords” chamando a gente de raça imprestável em sua língua natal. Não literalmente isso, mas criticavam todo o tempo o nosso trabalho e falavam mal dos profissionais apenas porque os achavam com cara de terceiro-mundistas.
O que me espantava era a tranqüilidade em que eles falavam isso pelos corredores, certamente porque pensavam que nós éramos ignorantes ao ponto de sermos incapazes de saber inglês.
Mas logo eles provaram que não entendiam nada de Brasil e amargaram um puta prejuízo com um projeto, porque não quiseram ouvir os nativos.
Neste tempo eu já nem me importava mais. Eu já estava de saída, porque os espelhinhos nunca viriam mesmo.
Eu trabalhava num estatal em São Paulo, quando o Alckmin assumiu o governo com a morte do Mário Covas. Não me lembro bem a seqüência dos fatos, mas o que é certo é que praticamente todo aquele governo Covas foi feito pelo Alckmin, já que o titular estava bem debilitado.
Certo, retomando. A moda socialdemocrataneoliberal daquele momento era vender o que tivesse disponível. Foram as teles, todas as empresas de energia, numa delas eu me encontrava.
A companhia de gás foi vendida em parte para um grupo inglês, que imediamente assumiu a direção da empresa, mandando uma horda de britânicos para ocuparem suas salas pelo prédio onde eu trabalhava.
Naquele tempo, eu senti que vivíamos uma nova descoberta do Brasil, em que os estrangeiros tomavam posse de nossas matérias primas e nos faziam trabalhar para eles em troca de espelhinhos.
O exagero está só no fato de que eu nunca ganhei nenhum espelhinho, mas não foram poucas as vezes que eu peguei aqueles “lords” chamando a gente de raça imprestável em sua língua natal. Não literalmente isso, mas criticavam todo o tempo o nosso trabalho e falavam mal dos profissionais apenas porque os achavam com cara de terceiro-mundistas.
O que me espantava era a tranqüilidade em que eles falavam isso pelos corredores, certamente porque pensavam que nós éramos ignorantes ao ponto de sermos incapazes de saber inglês.
Mas logo eles provaram que não entendiam nada de Brasil e amargaram um puta prejuízo com um projeto, porque não quiseram ouvir os nativos.
Neste tempo eu já nem me importava mais. Eu já estava de saída, porque os espelhinhos nunca viriam mesmo.
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