Um belo dia
Um belo dia Fernanda amanheceu com crise de pânico. Coisa mais inesperada, porque finalmente tudo estava indo bem. Estava muito melhor depois da turbulência pela qual sua vida tinha passado recentemente. Boa companhia, novas descobertas, novas experiências e tudo tranquilo no trabalho. O que poderia ser?
Num outro dia ela não conseguiu comer de tão tensa e ficou trancada em casa o dia todo, paralisada. Foi procurar ajuda imediatamente, alguém para conversar. Essa pessoa disse que ela estava profundamente machucada. "Como assim?", ela perguntou. "Você está com todos os sintomas de quem sofreu violência psicológica quotidianamente por um bom tempo".
Ela ficou em choque. Como seria possível não ter percebido isso? Ela pensou no tempo que passou se preocupando com o outro e lembrou de coisas aleatórias que ouvia pelo menos uma vez por semana. Os amigos do parceiro (aquele que ela estava superando nas turbulências da vida) não gostavam dela e diziam para ele que era ela que não gostava de ninguém, coisa que ele repetiu muitas vezes durante muito tempo. Ela pensou "uma mentira dita mil vezes vira uma verdade". Mesmo que soubesse que aquilo não fazia nenhum sentido, notou pela primeira vez a ferida que aquele cutucão rotineiro causou. Além de pequenas maldadezinhas de gente mimada às quais ele rebatia "você é forte" e que tinham a intenção de torná-la mais fraca.
É possível que ele não soubesse que queria isso. É possível que ele conscientemente não tivesse a intenção. Mas foi fraco e cruel. Principalmente: foi machista e não questionou isso.
E a questão é essa: o que foi feito deixou sequelas terríveis e ela pensou na responsabilidade adquirida. "Quem faz isso com alguém é capaz de qualquer merda".
Fernanda entendeu que uma mesma dor pode machucar mil vezes e teve pena das próximas vítimas. O trabalho dela agora era tornar isso passado.
Ela ficou em choque. Como seria possível não ter percebido isso? Ela pensou no tempo que passou se preocupando com o outro e lembrou de coisas aleatórias que ouvia pelo menos uma vez por semana. Os amigos do parceiro (aquele que ela estava superando nas turbulências da vida) não gostavam dela e diziam para ele que era ela que não gostava de ninguém, coisa que ele repetiu muitas vezes durante muito tempo. Ela pensou "uma mentira dita mil vezes vira uma verdade". Mesmo que soubesse que aquilo não fazia nenhum sentido, notou pela primeira vez a ferida que aquele cutucão rotineiro causou. Além de pequenas maldadezinhas de gente mimada às quais ele rebatia "você é forte" e que tinham a intenção de torná-la mais fraca.
É possível que ele não soubesse que queria isso. É possível que ele conscientemente não tivesse a intenção. Mas foi fraco e cruel. Principalmente: foi machista e não questionou isso.
E a questão é essa: o que foi feito deixou sequelas terríveis e ela pensou na responsabilidade adquirida. "Quem faz isso com alguém é capaz de qualquer merda".
Fernanda entendeu que uma mesma dor pode machucar mil vezes e teve pena das próximas vítimas. O trabalho dela agora era tornar isso passado.
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