Life on Mars

Certamente foi o nome desta série a primeira coisa que me chamou a atenção. Life on Mars é uma das músicas mais bonitas de David Bowie, do impecável Hunky Dory. Pensei em glam rock e coisas do gênero.
Errei, mas não foi feio. Sam Tyler é um detetive que é atropelado em serviço, em 2008. Fica inconsciente por algum tempo e acorda ouvindo a música que dá título à série, em 1973.
Sem entender o que está acontecendo, conhece seu novo chefe Gene Hunt, que diz que estava esperando sua chegada desde que soube de sua transferência de Hyde, uma cidade imaginária, que Sam não conhece.
Antes de continuar, uma informação: a série original é da BBC inglesa, mas a primeira versão (claro, porque tinha que acabar vendo as duas), é da ABC americana. Nos EUA, Gene Hunt foi interpretado por Harvey Keitel.
Sua principal companheira no novo trabalho passa a ser Annie Norris, a oficial feminina, que ouve sua louca história de que veio do futuro e sua conversa sem sentido sobre telefones celulares e internet. Os dois se aproximam muito e sentem uma atração visível, que permeia toda a história.
Como neste fim de semana terminei de ver a versão inglesa, vamos a um pequeno comparativo:
A versão americana é muito bem produzida, com elenco que contou também com Michael Imperioli, que fez Sopranos. Muitas referências à cultura pop americana do início dos anos 70, na trilha sonora e em referência a filmes.
Sam só namora outras mulheres na versão americana, claro que tem que ter o apelo sexual. Nem ficou forçado, mas eu percebi bem a diferença vendo a série original.

As duas versões mantém o clima de ficção científica, que é muito interessante, porque em vez de levar o imaginário para um futuro mega tecnológico, faz exatamente o contrário. Sam sempre recebe informações do suposto futuro por telefone ou pela TV, com mensagens codificadas ou não, o que deixa ainda mais confusa sua estada em 73.

A trilha sonora da versão inglesa é absolutamente superior (para mim, fã de Glam). Referências constantes a T. Rex (Marc Bolan é personagem em um dos episódios), Roxy Music (Sam e Annie vão a um show em outro episódio) e muito mais músicas de Bowie, só para citar algumas. A atmosfera da versão original me interessou muito mais, John Simm (o Sam inglês) é um ator melhor que Jason O'Mara (apesar de o americano ser mais bonitão, por assim dizer).

Por fim, o fim. Não vou revelar aqui porque Sam estava preso no passado, mas digo que as duas versões resolveram muito bem a questão e de maneiras absolutamente diferentes. Apesar da aura de ficção científica ser levada muito em conta no final estadunidense, que foi muito surpreendente quando vi, o final inglês me comoveu muito mais, porque discutiu o que é mesmo a realidade, o que seria uma ficção científica mais cabeça (rs).

Para quem quiser assistir, a versão americana tem apenas uma temporada e a inglesa, duas temporadas. Uma continuação da série foi produzida pela BBC, Ashes to Ashes, que ainda não comecei a assistir. A premissa é a mesma, mas agora Gene Hunt recebe em sua delegacia Alex Drake, uma detetive baleada em 2008 e que aparece em 1981. Já deu para perceber o que vai rolar de pano de fundo.

Trailer da versão inglesa:




Trailer da versão americana

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