Relembrando Heidegger

Terminei minha especialização em Filosofia da Linguagem faz cerca de um mês. Decidi, para relembrar um pouco, colocar um trecho da introdução da minha monografia A Palavra Fala - Linguagem e Ser em Heidegger aqui, para quem tiver paciência de ler. O que o autor propõe como solução diante do dilema exposto na introdução é a poesia. Somente o pensamento poético trará o homem de volta a sua essência. Adoro isso.

"Vivemos num tempo em que a técnica é tratada como única possibilidade de se lidar com o mundo real e dominá-lo. É por meio do cálculo, do chamado raciocínio lógico ou razão que a realidade pode ser conhecida. O homem se vale de métodos universais para resolver seus problemas, métodos que podem ser aplicados por qualquer um, em qualquer lugar do planeta.
Até mesmo as relações humanas têm sido tratadas assim. Em qualquer livraria está à disposição um grande número de manuais de auto-ajuda, que nada mais são que técnicas que devem ser seguidas ao pé da letra, com a promessa de que quem o fizer será mais feliz no amor, nos negócios e socialmente.
Felicidade, desta maneira, pode ser tratada como sucesso. Só se é feliz quando se atinge certo status. Quando se satisfaz aos anseios do grupo social ao qual pertencemos ou queremos pertencer.
Na busca pela excelência, que geralmente deve ser profissional e se reconhece por uma alta remuneração, criam-se modelos de comportamento e se exclui tudo o que for diferente. Intolerância, racismo, sexismo, adultocentrismo, tudo é conseqüência da padronização.
O homem deixa de ouvir nossas próprias necessidades para atender ao apelo da ordem externa, aquela que fala de métodos e de verdades inabaláveis, que não podem ser questionadas. Esse suposto controle do real é fruto do pensamento metafísico e científico, que vem se tornando cada vez mais distante da essência do homem, tornando o homem cada vez mais distante do ser e o reduzindo a um simples ente, numa cadeia de entes úteis aos propósitos da ciência".

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