De volta ao ciclo da cana

As desvantagens de se trabalhar num fim de semana não dão para contar nos dedos. Apesar do cansaço acumulado, cobrir o congresso do sindicato onde eu trabalho me fez pensar de novo em coisas que me incomodaram muito no começo deste ano.
O presidente Bush, dos EUA, veio ao Brasil no início de março para assinar o chamado Tratado do Etanol. Entre outras coisas, foi definida como seria feita a monocultura da cana no Brasil, América Central e Caribe, para fornecimento mundial do etanol combustível, tecnologia brasileira, mas que pelo jeito não trará retorno em royalties para o país.
É claro que é preciso superar a total dependência do petróleo, mas será mesmo que o etanol é uma solução benéfica? E se for, a quem?
Uma das coisas que mais me incomodam é imaginar o Brasil tomado pela monocultura da cana. Foi a cana que fez com que as terras mais férteis do país se tornassem a região mais árida e cheia de problemas sociais, ou ninguém se lembra do que aconteceu no ciclo da cana no Brasil Colônia?
Outro detalhe, esse descoberto no congresso, é o grande número de investidores estrangeiros em terras para plantação de cana no Brasil. O nome mais surpreendente é do conglomerado LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), sim, o mesmo das bolsas caríssimas e exclusivas. Já tem até série de TV americana (Cane, que está passando no Brasil) que incluiu o assunto em seu enredo.
Além disso, o Haiti deve ser a fonte da maior parte do combustível que será consumido nos EUA. O país está ocupado pelas forças da ONU sob o comando do exército brasileiro. Coincidência?

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