O trabalho morreu

O texto abaixo foi retirado do blog do jornalista Marcelo Coelho, professor querido dos meus tempos universitários. Ele cita um trecho do livro Manifesto Contra o Trabalho, que foi adaptado para o teatro por um grupo de estudantes de filosofia da USP.

“Um cadáver domina a sociedade –o cadáver do trabalho. Todos os poderes ao redor do globo uniram-se para a defesa desse domínio: o Papa e o Banco Mundial, Tony Blair e Jörg Haider, sindicatos e empresários, ecologistas alemães e socialistas franceses. Todos eles só conhecem um lema: trabalho, trabalho, trabalho!
Os que ainda não desaprenderam a pensar reconhecem facilmente que essa postura é infundada. Pois a sociedade dominada pelo trabalho não passa por uma simples crise passageira, mas alcançou seu limite absoluto. A produção da riqueza desvincula-se cada vez mais, na seqüência da revolução microeletrônica, do uso da força de trabalho humano –numa escala que há poucas décadas só era imaginada como ficção científica. Ninguém pode afirmar seriamente que esse processo será freado mais uma vez, ou mesmo possa ser invertido. A venda da mercadoria força de trabalho será no século 21 tão promissora quanto a venda de diligências no século 20. Nesta sociedade, no entanto, não consegue vender sua força de trabalho é considerado ‘supérfluo’ e é jogado no aterro sanitário social”.
Assim começa o “Manifesto contra o Trabalho”, escrito pelo grupo político organizado em torno da revista alemã “Krisis”, do qual faz parte o filósofo Robert Kurz. Foi publicado no Brasil em 2003, pela editora Conrad, dentro da Coleção Baderna. O texto causa impacto luminoso, e angustiada surpresa, quando lido. Um grupo de ex-alunos de Filosofia da USP teve a idéia de utilizar trechos desse manifesto para um espetáculo teatral. Algumas partes do manifesto são lidas, com raiva ou ironia; outras vezes são cantadas, em meio a canções diversas (de Kurt Weil a Edith Piaf), no espírito de um “cabaré filosófico”.
Ou melhor, “Cabaré Paulista” –este o nome do espetáculo em cartaz no espaço Maquinaria (rua 13 de maio, 240, 2o andar) toda sexta-feira, às 21h (confirme os horários no telefone 3259-7580).

Comentários

Anônimo disse…
o cabaré paulista do grupo teatro de narradores está em cartaz às 22h00! apareçam!!!

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