Não quero

Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja 
Vale que lhe concedamos 
Uma atenção que doa. 

Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho, 
Recebo o que me é dado, 
E o que falta não quero. 

O que me é dado quero 
Depois de dado, grato. 
Nem quero mais que o dado 
Ou que o tido desejo.

Do que Quero, Ricardo Reis

Bloqueio, pessoa travada em negação, deitada na cama em posição fetal.
- Não quero!
Não é que a vida esteja ruim. Aliás é exatamente por isso. Esse não querer tem a ver com tudo o que ficou para trás e não devia ter que ser vivido de novo. Por que é necessário passar por tanto suplício para sobreviver? Não é justo!
“A vida não é justa”, diz lá o cara do senso comum. Mas eu não quero saber. Não quero! Não quero! Não aguento mais. Tem que ser diferente.

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