Sobre Maceió

Passei dez dias em Maceió, no final do mês passado. Sete destes dias foram a trabalho. E muito trabalho. Talvez eu até fale disso, mas o que quero agora é anotar um pouco das impressões que a cidade me causou.

No período em que estava trabalhando, fiquei hospedada num hotel no bairro da Pajuçara. O lugar é ponto de prostituição, inclusive infantil, e tráfico de drogas. Uma sensação de peso, como os próprios nordestinos gostam de definir as coisas barra pesada. Não gostei do que vi, achei tudo sujo, etc. Talvez fosse também o cansaço pela longa jornada de trabalho (cerca de doze horas por dia, em média).

Ao tirar a folga é que percebi Maceió mais as claras. Fiquei hospedada na casa de uma amiga de trabalho, em Mangabeiras. A praia é linda por lá, o final da Ponta Verde e início da Jatiúca.

Ponta Verde


Foi divertido encontrar uma praça de alimentação só de tapiocas na beira da praia. Delícia!

Só tapiocas

A cidade é bem acolhedora. Fui muito bem tratada em todos os lugares em que estive.

Ainda não estamos no alto verão, mas o calor já é bastante intenso. Esqueci o quanto o sol me afeta e bebi pouca água em um dos dias, paguei o preço no mal estar à noite. Fora isso, um tempinho na praia foi o suficiente para eu ficar toda vermelha. Um bom protetor solar deu conta do recado e eu não fiquei com o rosto manchado e nem descascando.

Só que não falta brisa. Num belo momento, percebi que praticamente todas as mulheres andavam de cabelo preso. Eu também. Só depois que é que me toquei que o vento constante não deixa mesmo as madeixas no lugar. Mas é uma delícia aquele ventinho constante no meio de tanto calor.

Mas o que eu queria mesmo era visitar o centro. E foi demais. Andei pela parte histórica, onde visitei igrejas e museus. Uma pena ver todo o patrimônio histórico tão mal cuidado. Os museus são tão pouco frequentados, que tem um funcionário sempre à disposição para te levar pelo acervo, já que não existem seguranças. No Museu de Etnologia, vi os pertences de Lampião e Maria Bonita: colchas, bolsas, lenços e armas.

A caminho do Mercado Público, que era o meu destino pelas andanças no centro, encontrei a Rua Augusta local. Uma trilha de árvores frondosas divide o espaço com os carros no meio da via. Por isso ela é conhecida como Rua da Árvore.

Rua Augusta (ou rua da árvore)


O Mercado Público, na verdade, são três mercados próximos. Mercado Público é como é conhecido o espaço para comprar vegetais, queijos, doces e etc. Existem também o Mercado de Artesanato e o Mercado da Produção, que é o lugar para comprar carnes e frutos do mar. Ao chegar no Mercado da Produção dei de cara com um gatinho com uma barriga imensa, imaginei ser uma gata prenhe. Só uma pessoa muito distraída para pensar isso. O lugar é uma espécie de açougue gigante, em que frutos do mar são selecionados, frangos e porcos são destrinchados (sim, meio sinistro) e os restos vão para onde? Sim, para barriguinha dos bichanos.

O gato do mercado da produção


No fim das compras, carregava na bolsa um pacote de feijão de corda verde, alguns inhames, dois pacotes de maçunim (marisco) e queijo manteiga. Ai, ai, mas já comemos estas semanas...

Na área dos mercados tem uma padaria famosa, Rio Branco. Dei uma paradinha por lá e pedi um pingado e uma fatia de bolo de massa puba, que tava fresquinho. Enchi a boca d'água agora só de lembrar. Depois, na Praça do Pirulito (ninguém soube me dizer o porquê deste apelido), ainda tomei um suco de pinha bem geladinho.

Nas andanças pelo centro e pelas praias percebi o quanto estava com saudades do Nordeste. É um jeito totalmente diferente de viver. Eu não me adaptei quando morei na Paraíba, mas creio que o maior problema foi mesmo a falta de dinheiro. Ainda não sei se arriscaria de novo morar na região, mesmo empregada, mas que faz falta um passeio desses de vez em quando, ah faz!

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