Uma data meio redonda

45 anos. Faltam cinco anos para a metade de um século. Muita coisa aconteceu nesse tempo, mas muita mesmo. Muitos amigos, alguns parceiros, muitos lugares, um filho.
Um ano em que reconsolido a família que eu criei para mim e deixo os apegos consanguíneos para trás. Acho que desta vez para sempre.
A ansiedade deu uma trégua. Uma amiga viu nas runas que as coisas estão melhorando e que eu escolhi caminhos seguros, é só seguir andando. Fiquei feliz de ver que o que estou sentindo aqui no peito, os oráculos confirmaram.
Sim, fui ler nos oráculos ancestrais meu presente, porque minha percepção do mundo nos últimos dois anos foi de medo paralisante da ansiedade e do pânico. E fui atrás de meditação e benzeção para aliviar a tensão do corpo. Minhas mãos usadas para curar, a partir de agora, não mais só na fazeção de coisas, mas na limpeza e transmissão de amor da natureza.
Acho que estou deixando meu cabelo crescer, não sei ainda até que tamanho.
Fiz o prefácio de um livro, meu primeiro. Estou numa coletânea de textos, em outro livro que sai em breve. Um texto meu foi citado num artigo acadêmico. Minhas listas viralizaram.
Roubaram um celular, ganhei outro de uma amiga linda.
Já vi mais de 30 filmes dirigidos por mulheres este, algo que queria fazer faz tempo, pelo menos um por semana. A ansiedade me impediu de ver filmes e ler livros por anos.
Começam a aparecer parcerias materiais, concretas, com gente linda, sem forçar a barra.
Muitas crises de choro, corpo debilitado, gripes, sinusite, até conjutivite. Expurgo orgânico, depois de tantos rompimentos e crises.
Confiança em.
Um dia por vez, porque a vida acontece assim mesmo.