Para caminhar, é preciso andar

"Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar"
Passeio no mundo livre, Chico Science

"Somos carreiras
Somos imagem
Somos sucesso
Somos sucesso"
Imagem, Mercenárias


Não são poucas as pessoas que falam de revolução, de mudanças estruturais na sociedade, que são punks e anarquistas e pregam botar tudo abaixo para se construir tudo do zero, mas não são capazes de sair da sua zona de conforto em nada na vida. "Eu não consigo me afastar dessas pessoas que não gostam de mim". "Mas se eu deixar de transformar minhas amizades em networking, como conseguirei fazer minhas coisas?". "Todo mundo é igual, não faz diferença". "Eu que não vou passar por louco". "Eu não consigo parar de fazer essa coisa que me faz tão mal". 

O que tenho a dizer é que, quando se sai do cantinho morno, que estagna a gente, que nos deixa em animação suspensa, o mundo inteiro parece ser completamente novo. Sério. Não é papo furado. Claro que no início tudo é frio, pânico, pessoas cobrando de você coisas impensáveis, dedos apontados com gente chamando você de maluco/antissocial/fracassado. Mas, depois, são só novidades, as reais, não as coisas de sempre mascaradas de novas. Oportunidades, pessoas, lugares e por aí vai.

Respire fundo e siga. Não olhe para trás o quanto conseguir evitar, porque o cantinho morno estará lá olhando para você. Vá, devagar mesmo, as pernas parecem ser de um elefante nessa hora, tudo é dor e cansaço, mas é a mesma dor e cansaço de quando a gente entra na academia para começar a malhar, depois de um tempo tudo vai ficando mais fácil.

Revolução é coisa que vem de dentro, é bem mais que conversa de boteco ou grito de ativista. Definitivamente nada tem a ver com quebrar coisas e desprezar pessoas. É uma luta para ser fiel a si mesmo, para se gostar mais e não se submeter a certos abusos, esse é o único caminho para se gostar do outro e viver em sociedade. Todo resto é imagem.

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