Ir no Porão e passar raiva

Demorei anos, dos quase sete que moro em Brasília, a ir no Porão do Rock. Era sempre um line-up estranho, com uma mistureba que tinha apenas umas duas bandas interessantes. Creio que perdi uns bons shows por isso, mas ruins em maior quantidade.
No primeiro Porão que fui, tinha show do Mudhoney. Nunca curti o grunge, mas esperava um bom show. No palco que eles iam tocar, um show antes, a Nação Zumbi passou o tempo todo reclamando do som, que tava estourado, ou baixo demais ou sei lá mais o quê. O show do Mudhoney foi inaudível, som baixo, não dava quase para ouvir os vocais, acabei saindo antes do fim.
Bem, essa é até uma experiência comum em Brasília, mas no Porão é tradição.
Neste fim de semana rolou uma edição do festival na Esplanada. Sábado, me interessava apenas o Eagles of Death Metal e Black Drawing Chalks, que tocou umas duas músicas com o microfone desligado, aliás. Som estourado, ou baixo demais, como manda a tradição dos maus técnicos de som.
Pouco antes (eu perdi a cena), o Cachorro Grande foi muito prejudicado pelo som e mostrou a bunda no palco, como muita gente noticiou por aí. Teve banda com música cortada no meio, entre outras coisas.
Mas foi o domingo (ontem) que me deixou puta. Com line-up na mão, que contava com trocentas bandas horríveis de Brasília, vou preparadinha para ver Os Cabeloduro e Little Quail.
SURPRESA! "Pequena alteração na programação", anunciou o locutor. Os Cabeloduro saíram do palco principal (e tocaram na mesma hora que a assombrosa Plebe) e Little Quail, que ia tocar antes das oito, deve ter tocado quase meia-noite. Fora isso, o som de merda de novo estourado no show d'Os Cabeloduro, que, mesmo assim, detonaram.

Pra não dizerem que é uma estrangeira reclamando da cidade, taí a Fernanda Popsonic contando sua experiência.

Vamos ver se o cara do Porão cumpre a promessa que ele fez, tirando onda, e realiza o festival no Gates ano que vem, pelo menos a gente vai conseguir ouvir algo.

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UPDATE

Como bem o esfolando lembrou aqui, é bom frisar que não teve nenhuma ocorrência policial. Eu, particularmente, gosto muito dos eventos livres em Brasília e quem curte rock não vai para avacalhar (poucas exceções). Essa foi a parte boa da festa.

Comentários

Anônimo disse…
Só faltou levar uma FACADA!

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