Mutarelli



Uma pessoa animada e falante. Foi essa a primeira impressão que tive do Mutarelli em sua palestra em Brasília.
Mas a impressão passou logo e um mau humor encubado surgiu no meio de frases divertidas. Identifiquei como algo meu, o mesmo humor paulistano, cheio de irritação latente que se manifestou em momentos ótimos, como quando um rapaz perguntou por que ele não mostra em seu trabalho as belezas do Brasil varonil, que ele tinha voltado de Ouro Preto e blá blá blá. O Lourenço só disse: “por incrível que pareça, o que aparece no meu trabalho é o Brasil que eu conheço”, ou quase isso.
Num outro momento um rapaz perguntou sobre a cultura de massa, que sempre foi o espaço do quadrinho e está deixando de ser. Perguntou o que a massa quer? Mutarelli: “eu tenho medo do que a massa quer”.
O que me chateou é seu paulatino afastamento dos quadrinhos. Vai se dedicar mais aos romances e roteiros e peças. Que dão mais dinheiro. Fazer o quê? Todo mundo tem que comer.

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